4 erros fatais para as finanças de uma empresa

1. Não saber o quanto cobrar

Determinar o preço correto do produto ou serviço é fundamental para um negócio. As empresas não têm como cobrar um preço diferente do mercado, mas existe uma liberdade para cobrar preços diferenciados em mercados de concorrência imperfeita. Cobrar um preço alto resulta em baixas vendas, mas preços muito baixos representam também perda de lucro.

Muitos empresários acham que o preço de um produto nada mais é que uma margem de lucro em cima dos custos de produção, mas a forma correta de determinar o preço a ser cobrado por um produto envolve medir o quanto os consumidores estão dispostos a pagar. Várias empresas, como Apple e Ford, mantêm estratégias de preços que se baseiam na demanda e não somente nos custos de produção.

2. Achar que o olho do dono engorda o gado

A ideia de que um negócio só pode ser bem gerido se o dono estiver presente a todo momento torna o empresário refém do próprio negócio. Férias, família e lazer ficam em segundo plano, e a prioridade passa a ser somente a empresa, com custos, vendas e problemas do dia-a-dia consumindo o tempo e a mente do empreendedor.

O ideal é que o empresário saiba investir em mecanismos de controle, gestão e monitoramento que permitam que a empresa sobreviva sem a sua presença. No começo do empreendimento, a dedicação do empresário vai ser intensa, mas à medida que a empresa se sofistica deve conseguir caminhar com as próprias pernas.

3. Ter medo do crescimento

Muitos pequenos empresários consideram que o crescimento é arriscado e tendem a ser cautelosos em investir na expansão dos seus negócios. Essa timidez em relação ao crescimento revela uma aversão ao risco que é pouco condizente com o espírito empreendedor, e tem duas origens: a necessidade de controlar todos os processos da empresa e o medo de enfrentar o desafio de lidar com as dores do crescimento. Muitos perdem oportunidades de negócios por não querer lidar com os desafios de um crescimento acelerado.

4. Falta de profissionalização

Certa vez, a esposa do fundador de uma empresa e gerente financeira revelou, orgulhosa, que todas as contas da empresa estavam na sua cabeça e que ela conseguia gerenciar os fluxos de pagamentos e recebimentos da companhia, que faturava mais de 40 milhões de reais ao ano, usando um caderno. Este não é o único e talvez nem seja o pior caso de falta de profissionalização em empresas de pequeno e médio porte.

A relutância em remunerar bons profissionais e de colocar em prática sistemas profissionais de gestão, o atraso no pagamento de tributos e a falta de indicadores financeiros e sistemas de informação adequados são sintomas claros de uma empresa mal administrada. Uma companhia deste tipo pode até ser bem-sucedida, mas certamente a profissionalização empresarial resultaria em uma maior probabilidade de sucesso e resultados.


Rodrigo Zeidan é especialista em finanças e professor da Fundação Dom Cabral, via Jornal Contábil


Editoria: Prof. Alexandre Alcantara