Graham e a evidencição das Contas a Receber nos balanços (1937)
Nada é novidade quando tratamos de finanças corporativas, neste fragmento do livro de 1937 de Benjamin GRAHAM e Spencer MEREDITH, podemos ver que o financiamento de operações a longo prazo por empresas do varejo, devem merecer uma atenção especial.
“Se as contas a receber parecerem altamente desproporcionais cm relação às vendas ou a outros itens, isso indica que foi adotada uma política de crédito indevidamente liberal, c que é provável que prejuízos graves ocorrerão em função da inadimplência.
As contas a receber requerem um escrutínio mais cuidadoso no caso de empresas que vendem mercadorias com base em pagamentos a longo prazo. Essas empresas incluem lojas de departamentos, redes de venda a prazo, vendas por correspondência e fabricantes de maquinário e equipamento variados (por exemplo, maquinário agrícola, caminhões e equipamentos de escritório). Grande parte desse negócio de parcelamento é realizado por meio de financeiras que adiantam recursos contra as notas ou garantias do vendedor. Com frequência, as contas a receber de uma empresa de manufatura são vendidas à financeira com um “acordo de recompra“, caso em que nem as contas a receber nem a dívida com a financeira aparecem diretamente no balanço da empresa, e são referidas apenas em uma nota de rodapé. Na análise de um balanço patrimonial, tais contas a receber descontadas devem ser consideradas integralmente, com o equivalente tanto de ativos quanto de passivos.”
Benjamim GRAHAM & Spencer B. MEREDITH (1937)
A Interpretação Das Demonstrações Financeiras: O guia clássico de finanças do Investidor Inteligente
(edição brasileira de 2022, p. 49, clique na capa para maiores detalhes sobre o livro)