IFRS: o recorrente medo das regrinhas

IFRS não correrisco de virar modelo de “regrinhas”

por Marina Falcão  – Valor Econômico

 

 “Qual o risco do IFRS virar um modelo de regrinhas”? A provocação partiu do professor EliseuMartins para Stephen Cooper, membro do International Accounting Standards Board(IASB),que concedeu palestra durante o 8º Seminário Internacional CPC. 

 

“Nulo. Não há chance alguma”, respondeuCooper. Logo em seguida, no entanto, assumiu que os desafios são grandes paraevitar que aconteça com o IASB, que edita as normas do IFRS, o que aconteceucom o Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão responsável pelomodelo contábil americano. 

 

“É uma coisa tentadora você criar uma emenda naregra atual sempre que surgirem novas operações no mercado. Mas já há umreconhecimento do próprio FASB de que isso não funciona”?, disse Cooper. 

 

Segundo ele, é que o próprio FASB vem eliminando excesso de direcionamentos doUS GAAP (padrão americano) durante o atual processo de convergência para o IFRSnos Estados Unidos. 

 

Cooper alerta para que o número de páginas do IFRS não sejaconfundido com excesso de “regrinhas”. “Às vezes, são necessárias muitaspalavras para explicar um conceito”, afirmou. 

 

O objetivo, no final das contas,é deixar as demonstrações financeiras cada vez mais comparáveis. “Há um desconto dos investidoresinternacionais quando há incerteza na qualidade das informações contábeis”,destacou. 

 

Para Cooper, os países começam em pontos diferentes no processo deconvergência e esse é um dos grandes percalços encontrados pelo IASB. “A influência da contabilidade nacionalexerce efeito em diferentes graus em cada local”, disse. 

 

Além do foco nosEstados Unidos, o IASB enxerga a adoção completa do IFRS na China e no Japãocomo prioridade. 

 

Para Reginaldo Ferreira Alexandre, presidente da Apimec- SP,os usuários das informações contábeis ainda encontram muitas diferençasimportantes nas demonstrações contábeis. “Em parte, elas ocorrem porque ummodelo baseado em princípios é mais plástico, abrindo margens para diversasinterpretações.”


 

Fonte: Marina Falcão  – Valor Econômico – 02/12/2011, via APIMEC-SP


Editoria: Prof. Alexandre Alcantara