Liquidez x Inconsistência Contábil

Banco Panamericano vai receber injeção de R$ 2,5 bilhões

Recursos foram obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC).Objetivo é ‘restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial’, diz comunicado.

O Banco Panamericano informou nesta terça-feira (9) que irá receber um aporte de R$ 2,5 bilhões de seu principal controlador, o Grupo Silvio Santos. Os recursos foram obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), tendo os bens do grupo como garantia.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, o Panamericano informou que o objetivo do aporte é “restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade”.

“A decisão reflete o compromisso do controlador com a higidez da instituição, sua responsabilidade com o mercado e com a preservação dos interesses dos seus clientes, depositantes, fornecedores e colaboradores, além de preservar a integridade da atual participação dos demais acionistas”, diz o Panamericano em nota.

O banco informou ainda que convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para indicação de nomes para formar um novo Conselho de Administração e já indicou uma nova diretoria-executiva.

Especializado nos segmentos de leasing e financiamento de automóveis, o Panamericano teve 49% do capital votante e 35% do capital total vendido para o banco estatal Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.

A aquisição, feita por meio da CaixaPar, braço de participações da Caixa, foi parte dos esforços do governo para ampliar a participação dos bancos públicos no crédito, em meio aos efeitos da crise de 2008 que fizeram as instituições financeiras privadas reduzirem a oferta de financiamentos.

21º maior banco do país em ativos
Ao final de junho, segundo dados do Banco Central, o Panamericano era o 21º maior banco do país em ativos totais, com R$ 11,882 bilhões. Na mesma data, o Banco do Brasil, o primeiro do ranking, tinha R$ 730 bilhões em ativos, ou mais de 60 vezes o tamanho do Panamericano.

O banco apresentou no segundo trimestre um prejuízo de R$ 20,9 milhões no balanço individual, comparado ao lucro de R$ 44,2 milhões e R$ 51,1 milhões no primeiro trimestre de 2010 e segundo trimestre de 2009. A carteira de crédito total consolidada atingiu R$ 10.949,6 milhões no segundo trimestre de 2010. Ao final do segundo trimestre de 2010, o banco possuía uma base total de 16,9 milhões de clientes cadastrados, dos quais 2,1 milhões ativos.

Nesta terça, rumores de mercado davam conta de que o banco poderia sofrer uma intervenção do Banco Central e levaram as ações da instituição a fechar em queda 6,74%.


Texto enviado por Walquer M Silveira, grato. (grifos nossos)

Editoria: Prof. Alexandre Alcantara