Passivos: o valor justo não era tão justo assim!
O Iasb acaba de lançar um comunicado sobre a questão da contabilização dos passivos financeiros pelo valor justo. Segundo o Iasb, a proposta atende a opinião de usuários sobre a volatilidade dos resultados em razão da adoção da mensuração pelo valor justo.
O Iasb usou o termo “contra-intuitivo” para referir a questão e afirmou que a adoção do valor justo não apresenta “informações úteis para os investidores”.
O comunicado do Iasb é uma forma de reconhecimento das limitações do valor justo para mensurar os elementos patrimoniais, apesar do instituto ter afirmado que a proposta não muda sua posição com respeito a mensuração dos passivos.
A proposta do Iasb é que os ganhos e perdas dos passivos financeiros sejam considerados em “outros resultados abrangentes”, não afetando o resultado reportado.
Fonte: Contabilidade Financeira
Comentários:
Será que a decisão foi pautada em vasta pesquisa de cunho científico, experimental, ou apenas foi mais um “retrocesso” por conta dos financiadores do IASB. Infelizmente o IASB não consegue se firmar como uma instituição independente. Ouvi de um representante do IASB, em um evento ocorrido em Salvador – importante encontro de cientistas contábeis – que antes de emitir um proncunciamento o instituto faz uma longa pesquisa junto aos centros universitários ao redor do mundo, para saber qual é o entendimento predominante, fruto de sérias pesquisas acadêmicas. Logo, fico com duas questões em aberto: a) O IASB realmente preza pela emissão de normas baseadas no que há de mais avançado em termos de pesquisas nas academias ao redor mundo? b) Ou usando estas pesquisas, emite normas, mas fica condicionada ao que os financiadores do instituto querem que seja emitido, caso estas normas contrariem seus interesses? Este retrocesso do IASB é uma prova inequívoca que a emissão de normas não tem nenhum rigor científico, não se avaliam de forma estatística, todos os cenários possíveis. Será que o IASB não sabia o que aconteceria com as demostrações contábeis, em especial a DRE, das empresas do mercado financeiro e imobiliário em situação de crise. Como disse outro dia um certo economista do IASB, não culpem o mensageiro [referindo-se a contabilidade sob as normas do IASB, que era acusada como causadora da crise]. Se a norma é boa, deixem que ela mostre a “quebradeira” dos setores! (AAS)