Rentabilidade: Previsões para 2009
Análise do Instituto Assaf revela que a rentabilidade das companhias deve cair em 2009
João Carlos Castilho Garcia, diretor do Instituto Assaf, entidade que desenvolve análises financeiras e econômicas, demonstra em pesquisa setorial elaborada pelo Instituto, que a crise econômica mundial do ano passado foi insuficiente para prejudicar a rentabilidade de mais de 350 companhias listadas na BM&FBOVESPA, de 36 setores da economia – exceto o setor financeiro, se comparados os resultados de 2008 – período da crise – aos de 2007. Para 2009, as previsões são de queda na rentabilidade.
O percentual do retorno sobre patrimônio líquido médio (ROE – rentabilidade sobre recursos próprios) de 2008 foi o maior desde 2001, diz João Carlos Garcia, chegando a 16,9%, ante 14,7% em 2007.
As empresas ligadas ao setor de aço (Aços Villares, Confab, Gerdau, Panatlântica, Siderúrgica Nacional, Usiminas e Vicunha Siderúrgica), Petróleo (Ecodiesel, Marlim Petróleo, Novmarlim Petróleo, OGX Petróleo, Petrobras e Petróleo Manguinhos) e Eletrodomésticos (Brasmotor, Springer e Whirlpool) se destacaram positivamente, com retorno sobre patrimônio líquido de 32,1 %, 24% e 36, 7%, respectivamente.
No entanto, as previsões para 2009 não são tão boas assim. Segundo Garcia, “apesar de o Brasil ter sido um dos últimos países a sofrer os impactos da crise e um dos primeiros a apresentar sinais de melhora, as companhias brasileiras mostraram resultados menores, tanto no primeiro trimestre quanto no segundo. E isso deve impactar a rentabilidade e o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) das companhias abertas em 2009”, afirmou.
Os maiores destaques no crescimento do endividamento foram para os setores de Construção Civil (Abyara, Agra Incorporadora, Azevedo, Brascan Residencial, CC Desenvolvimento Imobiliário, Company, Construtora Adolpho Lindenberg, CR2, Cyrela Reality, Even, Eztec, entre outras), Papel e Celulose (Aracruz, Celulose Arani, Klabin, Melhoramentos SP, Melpaper, Santher, Suzano e Votorantin CP) e Serviços de Telecomunicação (Americel, Brasil Telecom, CTBC Telecom, Embratel, Fiago, Futuretel, GVT, Inepar Telecomunicações, Invitel, Jereissati, La Fonte Telecom., LF, Newtel, Tele Norte CI, Telefônica, Telemar, Telemig, Telesp, TIM, Vivo e Zain), com percentuais de 35,6%, 51% e 43,1%, respectivamente.
Em contrapartida, os setores de Ferrovia (ALL, Ferroban, Ferronorte, Ferrovia Centro-Atlântica, Grucai e MRS Logística), Metais (Aliperti, Caraíba Metais, Eluma, Ferbasa, Fibam, Forjas Taurus, Hércules, Kepler Weber, entre outros) e Mineração (Centennial Amapá, Centennial Corumbá, Centennial Mineração Rio, Litel, MMX Mineração e Vale)tiveram maior destaque na redução de endividamento, com índices respectivos de 36%, 18,9%e 25%.
A previsão de Garcia – para 2009 – é que o endividamento das companhias diminua em relação ao ano passado, no entanto, a rentabilidade e a alavancagem das companhias devem cair.
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Fonte: Portal Fator