Rodobens inaugura safra de balanços depois de polêmica

 por Denise Carvalho

Valor Econômico
 

A Rodobens Negócios Imobiliários divulgou ontem, após adiamento de um mês, o balanço de 2010. É a primeira empresa do setor a divulgar as demonstrações financeiras após a polêmica que envolveu a adoção do padrão internacional de contabilidade (IFRS) para as empresas imobiliárias.

 

A discussão era referente ao reconhecimento das receitas de vendas de imóveis residenciais na planta. Pelo padrão internacional IFRS, as empresas costumam reconhecer as vendas de uma só vez, no momento da entrega das chaves dos imóveis para os proprietários.

 

A Rodobens optou por seguir a versão brasileira do IFRS, que permite às empresas do setor reconhecer as receitas de vendas de imóveis de acordo com o andamento das obras.

 

Conforme adiantou reportagem do Valor na semana passada, o auditor da Rodobens, a Deloitte, faz um alerta no parecer de que as demonstrações financeiras da empresa preparadas de acordo com o IFRS consideram a Orientação OCPC 04 editada pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. A orientação permite o conhecimento das receitas de imóveis na planta, o que pode ser feito de acordo com o andamento das obras.

 

No alerta – conhecido pelo nome técnico de ênfase -, o auditor ressalta que o assunto ainda está em debate no International Financial Reporting Interpretation Committee (Ifric).

 

"Os resultados dessa análise podem fazer com que as incorporadoras imobiliárias tenham que revisar suas práticas contábeis relacionadas ao reconhecimento de receitas", diz a Deloitte.

 

A Rodobens havia adiado a apresentação dos seus números do dia 3 de fevereiro para ontem, à espera de um pronunciamento oficial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que ratificasse a adoção da versão brasileira do IFRS.

 

O pronunciamento veio por meio da reedição de um ofício no meio da semana passada.

 

No balanço, a Rodobens divulga que a receita líquida registrada em 2010 foi de R$ 705,1 milhões, o que representa um crescimento de 51% sobre o valor verificado no ano anterior, que foi de R$ 466,3 milhões. O lucro líquido subiu 158% na mesma comparação, passando de R$ 27,8 milhões para R$ 71,6 milhões.


Fonte: Valor Econômico

Editoria: Prof. Alexandre Alcantara