A importância da padronização de balanço
A padronização de balanço sem dúvida é essencial para uma boa análise de balanço, notadamente quando o objetivo envolve a comparação com outras empresas do setor. Já em 1937, João Luiz dos Santos, na segunda edição do clássico livro “Ensaio sobre análise de balanço”, falava dos problemas advindo da falta de uniformidade na apresentação do balanço, considerando que à época a lei também não estabelecia a obrigatoriedade de padronização.
O autor cita o fato do Federal Reserv Banks (EUA) estabelecer desde 1917 um modelo de balanço para “seus constituintes”. Na obra é apresentado dois balanços para exemplificar a importância de uma padronização, mostrando um balanço composto de várias contas agrupadas apenas como ATIVO e PASSIVO, onde as contas de PL estão no PASSIVO. Em seguida o autor já propunha um modelo, segregando estas mesmas contas em: Ativo Corrente, Ativo Imobilizado, Ativo não classificado, Passivo Corrente, Passivo Consolidado (inclui aqui debêntures), Passivo não classificado e Conta dos Proprietários, e em seguida comenta cada um dos grupos e suas principais contas.
Somente mais tarde a Lei das Sociedades Anônimas de 1940 veio delinear os grupos patrimoniais, e na edição de 1976, e alterações posteriores trazer uniformidade de padronização com as normas internacionais de contabilidade (IRFS). Porém, mesmo assim, considerando que a Lei apenas aponta os principais grupos patrimoniais e composição da hierarquia na apresentação do resultado do exercício, o analista precisará ainda assim fazer algum tipo de agrupamento ou reclassificação das contas.
Mais detalhes sobre a importância da padronização e reclassificação de contas são apresentadas em nosso livro “Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis” (4 ed. Atlas, 2014), no Capítulo 7 e 8 (páginas 83-100).