IA na contabilidade: para corajosos ou destemidos?
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Por Alexandre Alcantara
Em artigo publicado hoje nos EUA, tendo por título “The real AI divide in accounting is between the fearful and the fearless”, é explorado como tem sido a adoção de Inteligência Artificial (IA) entre as empresas contábeis, identificando que o obstáculo principal não é o orçamento, mas sim a mentalidade. A articulista argumenta que empresas contábeis que hesitam na adoção da IA temem riscos e imprecisões, enquanto as mais ousadas experimentam em áreas de baixo risco e investem em treinamento de IA, discutindo o tema em cinco grandes abordagens:
1. Adoção de IA: O artigo explora a disparidade na adoção de inteligência artificial (IA) entre escritórios de contabilidade, argumentando que a diferença fundamental não é o tamanho ou o orçamento, mas sim a mentalidade em relação à tecnologia.
2. Medo vs. Abertura: Divide as empresas de contabilidade em dois grupos: aquelas que temem a IA e hesitam em implementá-la, e aquelas que a abraçam e experimentam ativamente com ela.
3. Benefícios da Adoção: Destaca os benefícios significativos que as empresas que adotam a IA experimentam, incluindo aumento da produtividade, expansão para serviços de consultoria e melhoria da satisfação do cliente.
4. Custos da Hesitação: A hesitação acarreta perda de produtividade e vantagem competitiva, pois empresas que adotam a IA expandem seus serviços e redefinem as expectativas dos clientes. Ao abordar a questão do custo associado à hesitação, a articulista destaca
O medo da IA está custando às empresas mais do que elas imaginam. De acordo com o relatório, as empresas que investem em treinamento de IA economizam uma média de 66 minutos por funcionário por dia. Ao longo de um ano, isso se traduz em 52 horas de produtividade adicional por funcionário — o equivalente a mais de uma semana de trabalho completa por pessoa.
5. Estratégias para Superar o Medo: O texto também fornece um guia para a implementação bem-sucedida da IA, com foco em começar pequeno, estabelecer diretrizes claras e reposicionar a IA como uma ferramenta de apoio, não de substituição. É destacado que as empresas contábeis líderes na adoção de IA não são necessariamente as mais experientes no uso de tecnologia do que seus concorrentes, porém, possuem uma abordagem diferente para aprendizado e implementação, seguindo normalmente uma abordagem de implementação baseado em três pilares:
- Começam pequeno: Ao invés de mergulharem na análise financeira orientada por IA, elas começam com aplicativos de baixo risco, como automação de e-mail, resumos de documentos e pesquisas baseadas em bate-papo.
- Definem limites de segurança: Estabelecem políticas claras de ética e segurança de IA, garantindo que as ferramentas de IA sejam usadas de forma responsável e transparente. Isso minimiza os riscos de conformidade, mantendo a confiança entre funcionários e clientes.
- Reformulam a narrativa: Posicionam a IA como um assistente, não um substituto, reduzindo a resistência interna e reforçando que a IA existe para aprimorar a expertise humana, não eliminá-la.
Ou seja, uma adoção proativa da IA é essencial para a sobrevivência e o sucesso futuro das empresas de contabilidade. As empresas que hesitam em incorporar essa tecnologia correm o risco de perder competitividade e a capacidade de atender às crescentes expectativas dos clientes. O treinamento adequado e uma abordagem gradual são fundamentais para superar medos e desbloquear o potencial da IA. O segredo para uma adoção bem-sucedida não está na tecnologia em si, mas na disposição para experimentar, aprender e inovar.
Confira o texto completo em: https://www.accountancyage.com/2025/02/19/the-real-ai-divide-in-accounting-is-between-the-fearful-and-the-fearless/