Cápsulas de café e garrafas de plástico banidas em Hamburgo
Novo guia de compras prevê regras para as aquisições nos serviços municipais. Ambientadores, cápsulas, garrafas ou talheres de plástico estão proibidos
O novo guia para as compras da administração pública na cidade alemã de Hamburgo é inédito: além de uma longa lista de recomendações com vista a tornar as aquisições menos poluentes, elenca um conjunto de produtos que, em caso algum, deverão fazer parte das escolhas dos responsáveis. Entre eles, as cápsulas de café, as garrafas, pratos e talheres de plástico para usar apenas uma única vez e ainda os ambientadores. Nenhum destes bens poderá ser adquirido com o dinheiro dos contribuintes e a lista das proibições poderá vir a crescer, confirmou ao Le Monde o porta-voz do município, Jan Dube. O guia de compras ecológico, garante, reuniu o consenso de todos os funcionários da administração municipal, mas o problema poderá estar nas burocracias, admite Dube, que crescem com as condições colocadas aos produtos a adquirir.
Entretanto, a compra de água engarrafada terminou e todos os trabalhadores dos serviços públicos terão de encher os seus próprios recipientes em fontes colocadas nos edifícios para o efeito. O guia, de 150 páginas, chega a definir regras para o modo de utilização dos transportes e prevê que seja colocado à disposição dos funcionários um conjunto de bicicletas para substituir os veículos próprios.
Há regras para os produtos de higiene que podem ser adquiridos, para os sistemas de iluminação e para os equipamentos informáticos. De forma geral, todos devem questionar-se sobre a “oportunidade” da compra antes de partir para a aquisição propriamente dita, ponderando o impacto ambiental de cada produto e levando em conta o seu ciclo de vida, da produção à eliminação.
Apesar das exigências, o objetivo deste guia de compras passa também por evitar custos excessivos para o orçamento daquela que é a segunda maior cidade alemã, apenas ultrapassada por Berlim. O contributo de Hamburgo para o PIB da Alemanha é elevado, daí que as despesas sejam igualmente substanciais: por ano, a cidade gasta cerca de 250 milhões de euros em bens e serviços.
Hamburgo é também uma das cidades alemãs onde o partido d’ Os Verdes tem melhor implantação: em 2008, coligaram-se com a CDU (a União Democrata-Cristã, da chancelar Angela Merkel) e, desde 2011, mantêm-se no poder em coligação com o SPD (Partido Social-Democrata da Alemanha). Ao longo destes oito anos no poder, os dirigentes locais d’Os Verdes têm espelhado aquela que é também uma das grandes preocupações dos alemães em geral: a conservação do meio ambiente.
Fonte: Diário de Notícias, Portugal