O novo pensamento econômico sobre a água

No Brasil, bens naturais, como a água que escorre por nossos canos, não são tarifados corretamente. 
 
por Rita Loiola e Vivian Carrer Elias
 
Em 1960, o britânico Ronald Coase iniciou uma discussão sobre a regulação econômica de atividades como as envolvidas na geração de fumaça, barulho ou esgoto. Em seu artigo O problema do custo social, Coase, que ganharia o prêmio Nobel de Economia em 1992, analisava a forma de consumo de recursos como ar, água ou energia para permitir as melhores decisões sobre seu uso. Ele repensava a maneira de dar preço a esses bens, para que sua disponibilidade fosse garantida a longo prazo.
 
Recentemente, ideias como as do economista começaram a ser colocadas em prática na gestão dos recursos naturais. É o que acontece desde os anos 2000 no mercado de compra e venda de créditos de carbono, que regula a emissão de poluentes dos países — em outras palavras, gerencia o ar. E também é o que vem sendo feito em alguns lugares para guiar o uso de um dos bens mais fundamentais para a manutenção da vida: a água.
Em termos concretos, isso significa colocar um preço na água e fazer com que ele demonstre quando ela é escassa ou abundante. Assim, quando a oferta é pouca e a demanda grande, preços maiores indicam que a água deve ser poupada, enquanto  em épocas de muita oferta e pouca demanda os valores seriam irrisórios, mostrando que o bem pode ser consumido sem parcimônia.
 

Editoria: Prof. Alexandre Alcantara