Ativos Intangíveis: Muito além do balanço
A revista EXAME desta quinzena traz uma interessante matéria de Renata Agostini sobre a avaliação de ativos intangíveis pelo BNDES como um dos ítens a serem considerados na concessão de crédito. Veja a seguir alguns trechos da matéria.
Muito além do balanço
Capacidade de inovação, força da marca, competência dos executivos. A partir de setembro, o BNDES vai avaliar também ativos intangíveis como esses antes de liberar empréstimos para empresas brasileiras
Capacidade de inovação, força da marca, competência dos executivos. A partir de setembro, o BNDES vai avaliar também ativos intangíveis como esses antes de liberar empréstimos para empresas brasileiras
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Em vez de se concentrar no desempenho financeiro das companhias que pedem empréstimo, o BNDES passará a levar em conta também os chamados ativos intangíveis. Assim, quesitos como a capacidade de inovação, o relacionamento com stakeholders e os riscos ambientais inerentes ao negócio responderão por pelo menos 50% do peso da avaliação que o banco fará da companhia.
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Desenvolvida em parceria com a Coppe, centro de pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a nova metodologia vai avaliar um universo de quase 700 empresas que recebem anualmente financiamentos diretos do BNDES – em 2008, esse grupo levou 42 bilhões de reais em recursos, quase metade de tudo o que o banco emprestou.
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A iniciativa do BNDES é pioneira no mundo, mas segue uma tendência já apontada por instituições como o Banco Mundial e o Federal Reserve, banco central americano, que já estudam o peso dos ativos intangíveis. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 55% da riqueza gerada no mundo em 2002 dependia de atividades ligadas a pesquisa e inovação, e não a processos industriais. “Ao transformar essa discussão em algo prático, o BNDES está proporcionando um avanço inédito”, diz o americano Jonathan Low, um dos mais reconhecidos especialistas do mundo em valores intangíveis e autor do livro Vantagem Invisível. Para o professor do Coppe Marcos Cavalcanti, que participou da criação do novo método do BNDES, a partir de agora, as empresas precisarão se adaptar a uma nova realidade. “A lógica de produzir riqueza mudou, e a de gerenciar empresas também precisa mudar. Quem já faz a gestão de intangíveis está muito mais preparado para competir daqui para a frente.”
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