Executivos financeiros veem fim da era dos lucros altos

Cerca de 70% dos executivos temem que uma reestruturação não for conduzida de forma eficaz, poderá prejudicar o processo de inovação

SÃO PAULO – A esmagadora maioria dos executivos de finanças e autoridades governamentais das Américas, especificamente 90% deles, considera que a era de lucros e margens de retorno alto ficaram no passado. É isso o que mostra o estudo “Em Direção à Transparência e Sustentabilidade: Construindo a Nova Ordem Financeira”, divulgado nesta terça-feira (17) pela IBM.

Conforme os dados, coletados pelo Institute for Business Value (IBV), da IBM, esses profissionais enxergam a importância de eliminar a complexidade e o excesso das atividades. No entanto, cerca de 70% desses executivos temem que se essa reestruturação não for conduzida de forma eficaz, poderá prejudicar o processo de inovação.

A análise contou com 2.754 participantes dos mercados de capitais, incluindo 1.076 investidores individuais e 1.678 executivos e autoridades do setor público, sendo 45 CEOs da América Latina, para determinar como as empresas do mercado financeiro devem se preparar para o futuro.

O estudo prevê uma consolidação significativa nos setores que operavam com capacidade excessiva, como atividade bancária de investimento, gerenciamento de ativos e de riquezas.

A análise aponta ainda três áreas específicas de especialização com chances de emergir diante da nova condição econômica:

Transacionadores Beta: agrupará a maioria das empresas financeiras que se concentrarão em serviços utilitários (comércio, gerenciamento de ativos etc);
Conselheiros: um número menor de organizações se concentrará em aconselhar empresas sobre temas como gerenciamento de riquezas, fusões e aquisições;
Buscadores Alfa: poucas empresas de capital privado, fundos de hedge e casas de investimento concentrarão sua geração de alto retorno a partir de investimentos de alto risco.
Segundo Rafael Dan Schur, gerente do Centro de Soluções para a Indústria Financeira da IBM na América Latina, essas três tendências estão acionando uma onda de reestruturação em uma escala jamais vista.

“A nova indústria não só deixará de ter alguns dos grandes nomes do passado, como também perderá muitas de suas antigas características, como assumir riscos excessivos, falta de transparência e obtenção de altíssimos retornos explorando nichos de mercado com baixa regulamentação”, disse.


Fonte: FinancialWeb, 17/06/2009

Editoria: Prof. Alexandre Alcantara