Endividamento pode ser bom
Por que maior endividamento pode não ser pior para a empresa?
É natural que numa situação onde o endividamento está num nível bem elevado que o risco da empresa é também elevado. Mas isto também nem sempre é verdadeiro. Uma situação é quando a empresa possui a possibilidade de ser socorrida por um acionista. É o caso de uma empresa estatal, onde mesmo quando os níveis de endividamentos são elevados, o governo pode aportar mais capital. Também é a situação onde a empresa faz parte de um grande grupo empresarial.
Em certas situações, baixo endividamento é ruim. Se existe crédito disponível, com juros subsidiados, a captação de empréstimo pode ser muito vantajosa para a empresa. No passado, os usineiros tinham acesso a crédito farto, com baixo nível de cobrança. Nesta situação, pegar recursos de empréstimos era um ótimo negócio: devia-se e não se pagava.
A melhor resposta para a questão do endividamento talvez seja olhar um índice clássico, criado por Modigliani e Miller. Estes dois autores afirmaram que o retorno dos acionistas é obtido através da seguinte fórmula:
Retorno dos acionistas = Retorno do Ativo + (Retorno do Ativo – Custo dos Empréstimos) x Endividamento
É uma fórmula simples, mas muito rica em conteúdo. O retorno que os acionistas irão receber pelo capital que investiram na empresa depende do retorno que a empresa obtém com seus ativos, da diferença entre este retorno e o custo do empréstimo e o nível de endividamento. Esta fórmula recebe o nome de alavancagem.
Imaginando que o retorno do ativo seja positivo, a diferença entre o retorno do ativo e o custo dos empréstimos é relevante. Se esta diferença é positiva, quando maior o endividamento, maior o retorno para os acionistas. Isto é exatamente o oposto do que diz alguns livros de análise de balanços.