Êxodo e Páscoa
A vida parece mesmo um faroeste. Tem gente caindo para todo lado. Há maldade, há bravura. Há cavalos e o pôr-do-sol está bonito. Há sangue e busca por justiça. E a vida, o quanto vale?
Sangue de israelita valia pouco no mercado do Egito. Sim, o nosso sangue. Somos muitos, e valemos pouco. Para o Egito, Israel é só um servo. O povo de Deus é apenas seu capacho. “Quebrem as costas deles”, dizem os que odeiam ao Senhor. “Façamos grandes obras ao custo de seu suor.”
Como pode haver um Deus assim? Que deixe seu povo sofrer? O ponto é esse. Não há Deus assim. Se no Egito escravos fomos, essa é a história de como ele nos libertou. Não adiantaria, entretanto, meramente nos libertar dos inimigos deste mundo. Pois ele, santo e justo como é, não deixa o pecado impune. Nem daqueles que ele chama de seus. Por isso a história do Êxodo é apenas uma pequena prévia de algo ainda mais sangrento e mais escuro e, ao mesmo tempo, mais belo.
O povo de Deus tinha um problema maior do que apenas lidar com um vil Faraó. Esse podia matar o corpo, mas não era capaz de lançar a alma em tormento. Não adiantaria lançar pragas sobre o Egito, se o próprio Israel não estivesse protegido da ira divina. Por isso nos foi dada a Páscoa do SENHOR. Um cordeiro. Macho e sem defeito. E o sangue dele. Sua carne. Protegidos. Marcados mediante a fé. Quem crer, será coberto pelo sangue.
Sangue de israelita vale pouco no mercado egípcio? Tem um israelita cujo sangue vale muito. Mesmo. “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, disse seu primo” Esse sangue vale a vida eterna de um povo inteiro que atravessa as eras e se espalha para cada recanto do globo. O sangue que numa sexta santa e maldita foi bebido pela terra. Ele morreu. Mas, no final das contas, quem foi tragada mesmo foi a morte. Triste, bem triste eu estava e sim, meu coração chorava. A Páscoa não acaba na sexta. Ela se completa no Êxodo que ele faz do túmulo no domingo. O Cristo do Senhor, a nossa páscoa. Rompendo a morte e a deixando ferida de morte. Esse sangue é hoje o que une seu povo. Bebemos em lembrança disso, em domingos múltiplos até o final das eras celebrando o reino que dura para sempre. Livres, nos deixastes livres. Glória a ti, Senhor.